No post de hoje iremos abordar sobre o cabelo crespo e formas de olhar para ele. Isso mesmo, fomos ensinados a odiá-lo, então precisamos urgentemente reeducar o nosso olhar para nos curar dessa autoimagem depreciativa.
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O cabelo crespo é um elemento do corpo negro que identifica o pertencimento de um grupo étnico-racial submetido à violência da negação da identidade, do racismo e da exclusão. No contexto brasileiro, a imagem negativa da pessoa negra atravessa os séculos de um país marcado por mais de 350 anos de escravidão. Por isso, muitas mulheres negras recorrem ao alisamento químico ou físico dos cabelos, buscando se adequar aos padrões de beleza impostos pela sociedade branca. Note que não disse que mulheres negras não podem alisar, nós podemos tudo o que quisermos! O que eu quero salientar é que muitas fazem isso não porque gostam e querem, mas para agradar aos outros e tentar não sofrer tanto preconceito.
No entanto, nos últimos anos, tem-se observado um movimento de resgate e valorização dos cabelos crespos, que envolve não apenas uma mudança estética, mas também uma construção de sentidos de identidade.
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A transição capilar é o processo de abdicação dos alisamentos e a retomada das texturas naturais dos fios. Esse processo implica em uma mudança de posicionamento em relação a si mesma, ao cabelo, à sociedade e à autoimagem. A transição capilar pode ser vista como uma forma de resistência e afirmação da identidade negra, que rompe com os estereótipos e as discriminações que historicamente recaem sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Ao assumir seus cabelos naturais, as mulheres negras reivindicam o direito de serem reconhecidas e respeitadas em sua diversidade e singularidade.
A história dos cabelos crespos é marcada por períodos de opressão e de libertação. Na década de 1970, por exemplo, o movimento black power ganhou força e os cabelos crespos foram usados como símbolo de orgulho e luta pela igualdade racial. Hoje, há uma variedade de penteados, cortes e produtos para cuidar dos cabelos crespos, que expressam a criatividade e a beleza das pessoas negras.
Cuidar dos cabelos crespos requer delicadeza e atenção, pois eles já sofreram anos de ódio, falta de cuidado e carinho e químicas muito agressivas. Algumas dicas para ter um crespo perfeito são: hidratar os fios regularmente, usar produtos específicos para o seu tipo de cacho, evitar o uso excessivo de calor, desembaraçar os fios com cuidado, proteger os cabelos do sol e da poluição, cortar as pontas periodicamente e valorizar o volume natural dos fios. O cabelo crespo é uma manifestação da cultura e da identidade negra, que deve ser celebrada e respeitada. Ao assumir seus cabelos naturais, também contribui para a desconstrução do racismo e para a construção de uma sociedade mais justa e diversa.
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Espero que eu tenha inspirado vocês! Beijos, crespitchos!
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